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Via Light coleciona problemas

segunda-feira, março 05, 2018

/ by Jornal Destaque Baixada

São cerca de 14 quilômetros de extensão de estrada, ligando Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, à Pavuna, na Zona Norte do Rio. Construída há 20 anos para facilitar o acesso ao metrô e desafogar a Rodovia Presidente Dutra, a Via Light é um caminho de problemas e o retrato do abandono. Lixo, entulho, buracos, mato, veículos abandonados e até carcaças de animais mortos são vistos facilmente.


Placas em diversos trechos estão pichadas ou cobertas pelo mato que avança no acostamento. "Fica difícil ver informações e limites de velocidade porque a vegetação está tomando tudo", reclamou Marlon Felipe, 25, morador de Mesquita.

Rezar para não enguiçar

Também de Mesquita, a cabeleireira Shirley Gomes, 34, se queixa dos buracos. Com o pneu do carro furado, ela teve dificuldade em conseguir ajuda. "A via está toda esburacada, e não tem borracheiro ou mesmo um posto por perto. Estou aqui esperando meu marido para me ajudar, ainda bem que é cedo. À noite, se isso acontece, eu ficaria em pânico".

Assim como a cabeleireira, muitos motoristas evitam o trecho com medo da violência uma das maiores reclamações. "Eu nem passo aqui durante a noite porque é bastante perigoso, já vi muitos assaltos".
Carro incendiado 'decora' a paisagem de desolação da Via Light. Insegurança nos 14 km de estrada faz com que motoristas evitem pegar a estrada - FOTOS Luciano Belford 

O medo é compartilhado por Fátima Dias, 40, moradora de Vila Nova, em Nova Iguaçu. "Eu pego ônibus aqui, mas fico apreensiva. A qualquer momento posso ser assaltada, mesmo durante o dia. Falta policiamento".

Martírio para passageiros

Ao longo da Via Light é possível ver pessoas se arriscando para embarcar nos ônibus. Faltam pontos e até abrigos. "Não sabemos onde ao certo ficam os pontos, não tem placas e também não tem cobertura para esperarmos a condução", disse Maria de Lourdes, 57, moradora de Nilópolis.

Ao todo, 11 passarelas construídas cortam 23 bairros. O que seria para segurança na travessia é uma ameaça. Algumas estruturas estão enferrujadas e com rachaduras. Passagens de pedestres estão tomadas pelo mato, assim como os acessos às passarelas.

Jogo de empurra na via

O Departamento de Estrada de Rodagem (DER), responsável pela via, disse que a coleta é feita nos municípios pelas prefeituras. Já as prefeituras de Nova Iguaçu, Meriti, Nilópolis e Mesquita afirmaram que a limpeza está funcionando regularmente e que a manutenção da via é de responsabilidade do DER. A Prefeitura de Meriti disse ainda que existem pontos crônicos e, mesmo sendo de responsabilidade do estado, faz operações de limpeza quando há muito acúmulo do material.

Já a Comlurb, responsável pelo recolhimento de lixo no Rio, informou que o serviço está normal na Pavuna. E que o canteiro na entrada da Via Light está sendo usado de forma clandestina para o despejo de lixo e entulho. Mesmo assim, a companhia disse que faz a retirada do que fica acumulado e vai intensificar a limpeza.

O DER informou também que executou semana passada o reparo de erosão no Km 0,5, na Pavuna, e esta semana serão intensificados os serviços de tapa-buracos, roçado e limpeza.

Em relação à segurança, a Polícia Militar afirmou que realiza patrulhamento com viaturas e motos, além de operações que são realizadas constantemente.

Pontos de ônibus, segundo o DER, são responsabilidade das prefeituras, que por sua vez afirmaram ficar a cargo do DER.
Por Aline Cavalcante
Fotos: Luciano Belford
via: O dia
05/03/2018
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