O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e em parceria com a Polícia Civil, por meio da 56ª DP (Comendador Soares), realiza nesta sexta-feira (23/08), operação contra o braço financeiro da milícia que atua em Nova Iguaçu. O objetivo é cumprir mandados de busca e apreensão contra integrantes do grupo paramilitar que, visando aumentar o próprio lucro, vem ampliando suas práticas criminosas, com exploração e comércio clandestino de gás, de internet e tv a cabo, transporte público irregular, comércio de cigarros contrabandeados, venda irregular de imóveis, extorsão de comerciantes, agiotagem, clonagem de cartões, entre outras. Colaboraram com a operação a Delegacia de Repressão a Organizações Criminosas (Draco) e diversas delegacias do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB).
As investigações sobre o grupo tiveram início no final de junho deste ano, quando milicianos fortemente armados com fuzis, liderados pelo criminoso Wellington da Silva Braga (vulgo ‘Ecko’), invadiram diversas comunidades de Nova Iguaçu – Grão Pará, Conjunto da Marinha, Pantanal, Dom Bosco, Marapicu – bem como outras localidades que margeiam a denominada Estrada de Madureira. Alguns criminosos que eram integrantes do Comando Vermelho (CV) e atuavam na região, após a chegada dos milicianos, foram recrutados pelos novos invasores e passaram a compor a milícia que atua no local. Os próprios “ex-traficantes” ajudaram os novos comparsas a identificar quem teria envolvimento com o tráfico de drogas e seus familiares. Aqueles que não “aceitaram” ingressar na milícia fugiram do local e se refugiaram na Vila Kennedy, onde há atuação da facção criminosa CV.
Nesta sexta foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão nos territórios dominados pelos milicianos. Grande parte foi cumprida no denominado Conjunto da Marinha, financiado pelo Governo Federal e pela Caixa Econômica, com o intuito de beneficiar famílias de baixa renda para adquirirem o primeiro imóvel próprio. No entanto, criminosos expulsaram diversos moradores que tinham a posse legítima dos imóveis e os negociaram com terceiros de forma ilícita. A ação busca identificar os legítimos proprietários e os invasores, além de arrecadar elementos de prova para o inquérito que apura o envolvimento dos síndicos dos condomínios com os criminosos, mediante o repasse de “taxas” exigidas. Foram ainda localizados 11 pontos clandestinos de distribuição de sinal de televisão a cabo, que foram destruídos pelos agentes, que contaram com o apoio de técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
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23/08/2019
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