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O perigo invisível nos brinquedos: como identificar produtos inseguros para as crianças

quarta-feira, novembro 05, 2025

/ by Jornal Destaque Baixada


Manter as crianças longe das telas é uma tarefa difícil para a maioria dos pais, mas nem sempre oferecer um brinquedo em troca de tablets, celulares ou computadores é seguro. Um estudo realizado por pesquisadores de São Paulo acendeu um alerta: brinquedos aparentemente inofensivos podem conter metais pesados como bário, chumbo, crômio e antimônio.

A pesquisa, realizada na Universidade de São Paulo (USP), analisou 70 produtos de fabricação nacional e revelou níveis de contaminação muito acima dos limites permitidos, chegando até 15 vezes a mais do que o considerado seguro. O trabalho, publicado na revista Exposure and Health, também simulou o contato dos brinquedos com a saliva das crianças, identificando a liberação de outros 21 elementos tóxicos, incluindo mercúrio, arsênio, cádmio e níquel.

Diante dos riscos, o que os pais podem fazer? A primeira providência, diz a médica e professora titular de Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Iguaçu (Unig), Maria Angélica Barcellos Svaiter, é desconfiar de qualquer característica pouco usual.

“Brinquedos com cheiro forte ou metálico, tinta descascando, peças enferrujadas ou quebradas e falta de selo do Inmetro são indícios importantes de que algo pode estar errado. Produtos sem procedência confirmada ou vendidos a preços muito baixos também merecem desconfiança”, alerta ela.

Sintomas de alerta

Segundo a médica, a exposição a metais pesados pode causar uma série de sintomas neurológicos, gastrointestinais e dermatológicos. Entre os sinais mais comuns estão a irritabilidade, sonolência, fraqueza e dores de cabeça; náusea, dor abdominal, constipação e perda de apetite; reações na pele, como manchas, coceira e vermelhidão; alterações de comportamento, como dificuldade de concentração e distúrbios do sono; e, em casos mais graves, tremores e convulsões.

De acordo com Carlindo Machado e Silva Filho, professor assistente da Unig, o chumbo, por usa vez, pode causar atraso cognitivo e déficit de atenção; o mercúrio, tremores e gengivite; o cádmio, lesões renais; o arsênio, fadiga extrema e diarreia intensa; e o níquel, dermatite de contato.

Como agir e se prevenir

Em caso de suspeita de intoxicação, Maria Angélica recomenda que os responsáveis afastem imediatamente a criança do brinquedo suspeito e procurem atendimento pediátrico imediatamente.

Há exames específicos para detectar a presença de metais no organismo, como dosagens séricas de chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio. Em casos graves, o tratamento pode incluir hidratação venosa, medicações sintomáticas e até mesmo o uso de agentes quelantes, que ajudam na eliminação dessas substâncias do corpo.

Confira abaixo, segundo a especialista, dicas para evitar riscos:

- Prefira brinquedos com selo do Inmetro e instruções em português;
- Evite produtos sem procedência ou de origem duvidosa;
- Desconfie de itens muito baratos;
- Evite brinquedos pintados em tons metálicos (dourado ou prateado);
- Observe o comportamento da criança e sinais físicos sem causa aparente, especialmente se aparecem após o contato com determinado brinquedo.

Com esses cuidados, as crianças poderão brincar à vontade, dando tranquilidade aos pais e cuidadores.
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