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Itaguaí recebe grande concerto em praça pública, no dia 28 de maio

sexta-feira, maio 20, 2022

/ by Jornal Destaque Baixada


Música e Arquitetura unidas em um único evento. Desde dezembro de 2021, o FIMA – Festival Interativo de Música e Arquitetura realizou diversas apresentações em construções icônicas da cidade do Rio de Janeiro, reunindo grandes nomes das duas áreas. E agora, o evento pega a estrada e desembarca em Itaguaí, para um memorável concerto a céu aberto, na Praça Dom Luiz Guanella, dia 28 de maio. No palco, dois dos mais destacados músicos brasileiros da atualidade – Daniel Guedes (violino) e Fábio Presgrave (violoncelo) – brindarão o público executando um repertório que dialoga com a história do município e a arquitetura da Igreja Matriz de São Francisco Xavier, com participação especial de integrantes da Orquestra Jovem de Itaguaí nas duas últimas músicas. A apresentação musical será intercalada com comentários das palestrantes Noemia Barradas (arquiteta) e Mirian Bondim (historiadora). O FIMA é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e, em Itaguaí, conta também com o apoio da Prefeitura de Itaguaí, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e da Secretaria Municipal de Eventos.

O palco que receberá o evento será montado em frente a esta icônica obra arquitetônica, um marco da fundação de Itaguaí, erguida sobre o “Morro Cabeça Seca”, por onde abaixo passava o rio argiloso chamado Tagoahy, que, na língua tupi, significa rio de águas amarelas. “Uma construção típica das edificações religiosas construídas pelos jesuítas até a primeira metade do século XVIII no Brasil, a Igreja Matriz de São Francisco Xavier é celebrada pelo FIMA nesta primeira edição, pelo seu protagonismo histórico para toda a região de Itaguaí. Um patrimônio cultural que é de grande importância não só para este município, mas também para todos nós brasileiros”, explica o diretor artístico do FIMA, Pablo Castellar.

E para deixar o evento ainda mais especial para a cidade, vinte quatro jovens talentos de Itaguaí também estarão no palco. Os integrantes da Orquestra Jovem de Itaguaí (ORJI), sob a regência do maestro Adriano Araújo de Souza, se juntarão a Guedes e Presgrave na execução das últimas peças do programa. "Essa participação especial da ORJI é resultado de um trabalho realizado por estes jovens músicos junto aos solistas deste duo durante dois dias intensos de aulas magnas e ensaios. Uma ação que integra a programação educativa do FIMA", completa Castellar.

Na plateia, presenças especiais também são esperadas: alunos de escolas públicas do município, que participaram do “FIMA na Escola”, uma ação educacional para alunos da rede pública, com o objetivo de sensibilizar crianças, estimulando novos caminhos de valorização de suas identidades culturais. Tudo isso para que melhor compreendam a importância do patrimônio histórico de sua comunidade. Agora, elas estarão na plateia do concerto para verem e ouvirem parte do conhecimento adquirido durante a sensibilização.

Repertório do concerto dialoga a história da cidade de Itaguaí

O concerto terá início lembrando dos povos originários que habitavam a região de Itaguaí antes da chegada dos portugueses: os tupinambás. O duo formado pelo violinista Daniel Guedes e pelo violoncelista Fábio Presgrave apresentará duas melodias de cantos tupinambás, anotadas por Jean de Léry, no século XVI: Canidé-ioune, uma invocação a uma ave amarela que celebra toda a sua beleza, e a música cerimonial Heüra, oueh.

Entre 1718 e 1729, os jesuítas construíram o conjunto arquitetônico religioso do qual a Igreja Matriz de São Francisco Xavier é remanescente. Foram eles também os responsáveis por transferir os indígenas (catequizados) Guaranis da Fazenda de Santa Cruz para este local, dando início ao povoado que mais tarde, em 1818, se tornaria a Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí. Para lembrar essas ocupações jesuítas, será executada a obra All. Elevation nº 2, de Domenico Zipoli, padre compositor e organista italiano, que, apesar de pouco conhecido do público geral, deixou sua marca nas missões da América do Sul.

Em seguida será a vez do programa dialogar musicalmente com a própria Igreja Matriz de São Francisco Xavier. Serão apresentados dois movimentos da Partita nº 2 em ré menor para violino solo, de Johann Sebastian Bach, uma obra composta entre 1717 e 1720, mesmo período em que foi iniciada a construção deste edifício.

De Heitor Villa-Lobos, Melodia Sentimental, da suíte “A Floresta do Amazonas”, transportará o público para 1755, época que marcou o fim da história dos indígenas em Itaguaí, expulsos pelos portugueses. A canção, de beleza incomum, evoca o espírito da floresta e dos indígenas que um dia naquele território habitaram. Já a presença africana em Itaguaí será lembrada com outra peça do compositor: Choros-bis nº1. Importante base para abastecimento de escravizados para Minas Gerais através da Estrada Real, a cidade movimentou um número expressivo deles. Mesmo após a legislação antitráfico, o município, com seu traçado caprichoso, com bocas de rios, enseadas e pequenas baías, oferecia esconderijos naturais ideais para realizar o contrabando de escravizados. “Choro” era o nome utilizado para a música apresentada pelos chamados "chorões", conjuntos de músicos de rua brasileiros que usavam instrumentos africanos e europeus.

Consta, em registros históricos, que na sua volta de São Paulo, onde proclamou a Independência do Brasil, há 200 anos, D. Pedro I passou por Itaguaí, já que esse era o caminho utilizado. Na cidade, teria sido aclamado pela população, na Praça Dom Luiz Guanella, local que abriga o concerto e antes era chamada de Praça da Aclamação. Para celebrar esta importante efeméride, o duo executará o Hino da Independência do Brasil (Hino Imperial e Constitucional de 1822), composto pelo próprio Dom Pedro de Alcântara.

As duas últimas obras do programa contarão com a participação de vinte e quatro integrantes da Orquestra Jovem de Itaguaí e regência do maestro Adriano Araújo de Souza. Com o duo como solistas, o grupo interpretará Ya Mariamu (Canto tradicional libanês) e um arranjo de Fábio Presgrave integrando o Prelúdio da Suite nº2 em Ré Menor, de J.S. Bach, com o Samba em Prelúdio de Baden Powell e Vinícius de Moraes.

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DANIEL GUEDES - Violino

Reconhecido como um dos principais músicos de sua geração, o carioca Daniel Guedes vem atuando como violinista, violista, camerista, regente e professor. Desde 2017 é Regente Associado da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa.

Iniciou seus estudos musicais aos seis anos com seu pai, e posteriormente estudou na Guildhall School of Music de Londres com Detlef Hahn e na Manhattan School of Music de Nova York. Foi aluno de Patinka Kopec e Pinchas Zukerman, com quem posteriormente estudou regência. Foi vencedor dos concursos Bergen Philharmonic Competition e Waldo Mayo Memorial Award, prêmio este que lhe valeu um concerto no Carnegie Hall de Nova York.

Desde os 10 anos vem atuando como recitalista, camerista e solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Noruega, Itália e América do Sul. Daniel é membro do Quarteto da Guanabara e atua em duo com o violonista Mario Ulloa desde 2009, tendo explorado um repertório inédito para esta formação, gravando dois CDs pelo Selo Rob Digital. Gravou também o CD “Impressões Brasileiras” e “Beethoven Sonatas” com Ilan Rechtman para o selo Well-Tempered da Califórnia.

Como regente, atuou frente à Orquestra Sinfônica Brasileira, Hotchkiss Philharmonic, Sinfônica de Campinas, Sinfônica Nacional da UFF, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da USP/SP, Sinfônica da UFRJ, Academia Jovem Concertante, entre outras.

Daniel é professor de violino da Escola de Música da UFRJ e Diretor Artístico do Festival Internacional de Música de Barra Mansa.

FABIO PRESGRAVE – Violoncelo

O violoncelista carioca Fabio Presgrave recebeu seus títulos de Bacharel e Mestre em Performance pela renomada Juilliard School of Music em Nova Iorque, onde estudou com Harvey Shapiro e Joel Krosnick. Apresentou-se como solista junto a orquestras como Qatar Philharmonic, Orquestra Filarmônica de Rosário (Argentina), Orquestra Sinfônica Brasileira dentre outras. Colaborou com a Orquestra da ULBRA na gravação do Noturno de Tchaikovsky para Violoncelo e Cordas que consta na trilha sonora do filme Sal de Prata do diretor Carlos Gerbase.

Apresentações recentes incluem recitais com Daniel Guedes e Erika Leroux no Orchestrazentrum de Dortmund e na Série Kamper Konzert; recitais de violoncelo solo na Espanha, nas cidades de Oviedo e Gijon, no Musikhuset de Aarhus, na Dinamarca e no “Villa Musica”, em Mainz na Alemanha. Recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2006 como membro do Quarteto Camargo Guarnieri.

Ministrou Masterclasses e atuou como professor convidado em grandes centros de ensino musical, como Sibelius Academy (Finlandia), Royal Academy of Music (Dinamarca), Muenster MusikHochSchule, Interlochen Music Academy, European String Teachers Association (ESTA), Folkwang Universitat der Kuenste (Essen-Alemanha) e Festival Internacional de Campos do Jordão. Tem participado de bancas de Concursos Internacionais de Violoncelo como o David Popper Competition na Hungria e Suzhou na China.

É Professor Titular e Diretor Adjunto da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Professor Colaborador do PPGMUS da USP e da UFRJ. Fabio Presgrave é Doutor pela UNICAMP e, recentemente, com bolsa da CAPES, realizou, em colaboração com o Prof. Matias de Oliveira Pinto, sua pesquisa Pós-Doutoral na Westfaelisch Wilhems-Univesitaet, onde atuou como professor convidado em 2018, 2019 e 2022.

Sobre o Duo Daniel Guedes e Fábio Presgrave:

Daniel Guedes e Fabio Presgrave realizaram suas primeiras apresentações juntos no Morse Hall e no Hubbard Hall no ano 2000, em Nova Iorque, em concertos que incluíram a estreia do Duo de Pablo Castellar. Em 2003, o crítico musical Clóvis Marques destacou, na Revista Viva Música, a apresentação dos dois artistas da seguinte forma: "E foi por sinal dialogando brilhante e musicalmente numa “Passacaglia” de Händel que os dois, em número extra do programa, mostraram…a que níveis de excelência pode chegar a nova geração de instrumentistas brasileiros".

Nesses 22 anos de parceria, realizaram concertos em diversos estados brasileiros com Orquestras como Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica de Campinas e Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. O Duo se apresentou em séries como Kamper Konzerte e no OrchestraZentrum de Dortmund em parceria com a pianista Erika Leroux, merecendo destaque na crítica especializada alemã. No "Villa-Musica" o Duo orientou alunos de pós-graduação de instituições alemãs e apresentou no Landesmuseum os "Choros-Bis" de Villa-Lobos.

NOEMIA BARRADAS - Arquiteta

Arquiteta e Urbanista formada pela I. M. Bennet (1995), mestre em arquitetura pelo PROARQ-UFRJ (2006) e doutoranda em arquitetura e urbanismo pelo PPGAU-UFF, participou de cursos no Brasil e exterior no campo da Preservação do Patrimônio e Projeto. Desde 1996 leciona em instituições públicas e privadas em cursos de graduação e pós-graduação. Possui larga experiência no campo da Preservação do Patrimônio Cultural, atuando em investigações, ciência da conservação, projetos e obras de conservação e restauro de bens integrados, arquitetura e conjuntos urbanos. Ao longo dos últimos anos tem desenvolvido trabalhos junto aos órgãos de preservação do patrimônio (UNESCO, IPHAN, INEPAC), possui escritório e é colaboradora em escritórios no Brasil, Colômbia, Espanha e Portugal. Foi Diretora Administrativa do IAB-RJ (2004-2005), e é Conselheira do IAB-RJ e sua representante no Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro. Atualmente é Conselheira Titular e Vice-presidente do CAU-RJ (Gestão 2021-2023).

MIRIAN BONDIM - Historiadora

Natural de Mangaratiba, Mirian Bondim, é graduada em História pela Fundação Educacional Unificada Campograndense (2012). Lecionou a matéria no Colégio Estadual Montebello Bondim, onde desenvolveu (em 2004), com um grupo de alunos do 7° ano escolar, o projeto "Muriqui conta sua história com fotos, falas e fatos", promovendo um resgate histórico da localidade. De 2005 a 2008, coordenou projetos culturais na rede municipal de ensino; entre eles, um programa de Educação Patrimonial que levava alunos, professores e turistas a caminhar por trilhas e sítios históricos, buscando fortalecer a memória e a cultura locais e a preservação do meio ambiente, em várias áreas do município. Em parceria com todas as comunidades escolares municipais, desenvolveu o projeto “Revivendo nossa cultura", resgatando e divulgando os patrimônios histórico-culturais (materiais imateriais) de Mangaratiba. De 2009 a 2018, trabalhou como assessora de pesquisas históricas, na Fundação Mário Peixoto, onde desenvolveu pesquisas documentais nos livros das antigas atas da Câmara de Mangaratiba, como também em diversos arquivos públicos municipais, estaduais e federais. Nesse período, pós-graduou-se Arqueologia Brasileira e passou a desenvolver pesquisas de campo por todo território mangaratibense, principalmente junto às comunidades tradicionais. Durante esse trabalho, acabou se integrando de corpo e alma na vida dessas comunidades e foi se encantando por essa região, que poucos conhecem.

Sobre a Orquestra Jovem de Itaguaí (ORJI)

Iniciado em 15 de janeiro de 2017, o Projeto Orquestra Jovem de Itaguaí tem feito a diferença e segue descobrindo talentos e impactando o município. Quando o professor Adriano Araújo iniciou este sonho, não imaginava quão importante seria o projeto. Aos poucos foram chegando alunos de diversos bairros e até de municípios vizinhos para as aulas de violino. Em 2022, são 18 polos e cerca de 400 educandos de violino, violoncelo, viola, canto, contrabaixo, flauta e percussão. A Orquestra movimenta a cidade culturalmente e vai para as ruas e praças com aulas e apresentações. Um dos momentos marcantes foi, na semana de 19 a 23 de junho, quando a Orquestra Jovem foi às escolas municipais e, de sala em sala de aula, tocou para mais de cinco mil estudantes. O projeto já se apresentou em locais como o Cristo Redentor e Bienal do Livro
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