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Circulação de nova variante da Covid é confirmada no Rio de Janeiro

quarta-feira, julho 16, 2025

/ by Jornal Destaque Baixada

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a presença da variante XFG do vírus Sars-CoV-2 na cidade do Rio de Janeiro. A nova linhagem foi responsável por 62% dos genomas de Covid-19 analisados entre 1º e 8 de julho, indicando que já é a cepa predominante associada a um recente e discreto aumento de casos no município.

A descoberta é resultado de uma parceria de vigilância genômica entre a Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS Rio). As análises, concluídas em 12 de julho pelo Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), identificaram a variante XFG em 46 das 74 amostras coletadas. Os resultados foram imediatamente comunicados às autoridades de saúde e as sequências genéticas depositadas em plataformas científicas internacionais.

Com a confirmação, o Rio de Janeiro se torna o quarto estado brasileiro a registrar a circulação da XFG, que já havia sido detectada em São Paulo, Ceará e Santa Catarina.

O que se sabe sobre a variante XFG?

Detectada inicialmente no Sudeste Asiático, a XFG tem se espalhado por diversos países, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificá-la como "variante sob monitoramento" em 25 de junho deste ano.

Segundo a virologista Paola Resende, pesquisadora do IOC/Fiocruz e membro do grupo consultivo da OMS, a variante não apresenta, até o momento, sinais de maior perigo.

“A variante XFG é uma recombinante de outras duas linhagens e carrega algumas mutações na proteína spike que estão associadas a uma ligeira evasão da resposta imune", explica a pesquisadora. "Porém, não tem evidências de aumento de gravidade clínica, nem de impacto relevante na eficácia de vacinas e de antivirais. Por isso, a nossa decisão, como grupo técnico da OMS, foi classificá-la como variante sob monitoramento, porque ela requer um olhar mais atento", afirma Paola.

O leve aumento no número de casos diagnosticados em unidades básicas de saúde no Rio foi o que acionou o alerta e intensificou a coleta de amostras para análise. "O sequenciamento mostrou que mais da metade das amostras apresentou a variante XFG. Isso aponta que esta é a linhagem associada ao leve aumento de casos no município", comenta a virologista.

Parceria estratégica para vigilância

O rápido diagnóstico da situação epidemiológica na cidade foi possível graças à articulação entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Fiocruz. Caio Ribeiro, coordenador da Coordenação de Informática Estratégica de Vigilância em Saúde (Cievs) da SMS, explica que a parceria é fundamental.

“Com base nos resultados obtidos, podemos compreender de maneira mais robusta a situação epidemiológica da Covid-19 na cidade, avaliando o risco de introdução de novas variantes e antecipando ações como abertura de leitos, reposição de insumos e comunicação à população”, afirma o especialista.

Ribeiro confirma que, embora a XFG seja predominante, os dados atuais não indicam um aumento no número de casos graves ou de óbitos na cidade.

Prevenção e vacinação continuam essenciais

Ambos os especialistas reforçam que as medidas de prevenção continuam sendo as mesmas e são de extrema importância, especialmente durante o inverno, período de maior circulação de vírus respiratórios.

Paola Resende destaca a eficácia das vacinas atualizadas, já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos prioritários. "Temos novas vacinas para a Covid-19, atualizadas com a linhagem JN.1. Elas continuam protegendo contra a variante XFG, principalmente contra formas sintomáticas da doença, casos graves e fatais", alerta.

As recomendações para a população são claras:

  • Manter a vacinação em dia, principalmente com os imunizantes atualizados.

  • Higienizar as mãos com frequência.

  • Usar máscara em caso de sintomas gripais para proteger outras pessoas.

  • Evitar aglomerações, se possível, especialmente em ambientes fechados.

“São medidas profiláticas básicas, que aprendemos durante a pandemia e são fundamentais para evitar a propagação de qualquer vírus respiratório”, conclui a virologista.

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