O índice significa que uma a cada cinco internações por AVC no estado resulta em óbito, colocando o Rio bem à frente de seus vizinhos:
Rio de Janeiro: 20,54%
São Paulo: 16,30%
Minas Gerais: 13,48%
Espírito Santo: 12,86%
O levantamento, elaborado pelo Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS-SO) da Firjan, aponta para a urgência de melhorias na rede de atendimento.
Diagnóstico, morte e custo social
No período analisado, o Rio de Janeiro registrou 127.346 internações por AVC, com 26.162 mortes ocorrendo dentro das unidades hospitalares. A taxa de óbitos por 100 mil habitantes no estado (37,92) também é a mais alta do Sudeste, superando a média regional de 34,87.
Leon Nascimento, coordenador do CIS-SO e responsável pela pesquisa, destaca a importância do tempo de resposta. "A alta taxa de letalidade hospitalar no Rio de Janeiro mostra que ainda enfrentamos grandes desafios na resposta ao AVC. O tempo entre o início dos sintomas e o atendimento especializado é determinante para a sobrevivência e a recuperação do paciente. Isso reforça a necessidade de ampliar o acesso a unidades preparadas e fortalecer as redes de atenção," explica.
Prejuízo na economia e previdência
O impacto do AVC vai além da tragédia humana. A doença gera prejuízos econômicos significativos:
Dias de Trabalho Perdidos: O Rio de Janeiro acumulou 13,1 milhões de dias de trabalho perdidos entre 2017 e 2023.
Custo de Produtividade: A perda de produtividade salarial (PPS) é estimada em R$ 855,4 milhões no estado.
Custo Previdenciário: Em dezembro de 2023, o estado tinha 8.470 beneficiários de auxílios previdenciários por AVC, com um gasto mensal de R$ 20,6 milhões.
O coordenador da pesquisa ressalta que o AVC é um problema de produtividade e desenvolvimento. "O dado de mais de 13 milhões de dias de trabalho perdidos no Rio mostra como a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais não só para salvar vidas, mas também para preservar o potencial produtivo do estado," conclui.
Os números consolidam o AVC como uma emergência de saúde pública e econômica no Rio, exigindo investimentos urgentes na prevenção, diagnóstico e na integração das redes de cuidado.
