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Cirurgia robótica no SUS: especialista da Unig explica impacto no combate ao câncer de próstata

quarta-feira, novembro 26, 2025

/ by Jornal Destaque Baixada


O Novembro Azul deste ano chegou com um reforço de peso tecnológico no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inauguração do Centro de Treinamento e Pesquisa em Robótica do Inca — o primeiro da rede pública com certificação internacional — colocou holofotes sobre uma modalidade que vem transformando a oncologia: a cirurgia robótica. Mas, para além das máquinas futuristas e dos consoles que parecem videogames, o que essa inovação significa, na prática, para o paciente que recebe o diagnóstico de câncer de próstata?

Menos sequelas e uma recuperação mais rápida, de acordo com o urologista e professor da Unig, Sessin Akl Gajar. “A cirurgia robótica representa um salto de qualidade tanto para o médico quanto para o paciente. Ela oferece uma visão em 3D ampliada e elimina qualquer tremor natural das mãos humanas, permitindo uma destreza de movimentos que a cirurgia aberta ou a laparoscopia tradicional não conseguem igualar”, explica o especialista.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o atual triênio, o Brasil estima 71.730 novos casos da doença por ano. É o tipo de tumor mais incidente entre os homens em todas as regiões do país (exceto tumores de pele). Diante desses números, a busca por tratamentos que garantam não apenas a cura, mas a qualidade de vida pós-operatória, tornou-se uma grande meta da medicina moderna.

“A cirurgia robótica representa um salto de qualidade tanto para o médico quanto para o paciente. Ela oferece uma visão em 3D ampliada e elimina qualquer tremor natural das mãos dos cirurgiões, garantindo uma destreza de movimentos que a cirurgia aberta ou a laparoscopia tradicional não conseguem igualar”, diz Sessin Akl Gajar.

Menos dor, mais vida

O médico da Unig explica ainda que a tecnologia melhora a performance cirúrgica, preservando mais estruturas nervosas e vasculares ao redor da próstata. “Os principais benefícios, quando comparamos com as técnicas tradicionais, são a menor perda sanguínea e a redução significativa das taxas de complicações, como a perda da função erétil e a incontinência urinária”, pontua, acrescentando que a recuperação no pós-operatório é rápida, com redução do tempo de uso da sonda, o que permite ao paciente retomar mais rapidamente suas atividades físicas e de trabalho.

A importância do profissional por trás do robô

A inauguração do novo centro, com simuladores e o robô Da Vinci Xi, reforça que a tecnologia só entrega todo o seu potencial quando há treinamento especializado. Na prática, é o cirurgião, no console que comanda cada movimento do equipamento, quem determina a segurança e o resultado da operação.

“Centros de treinamento com simuladores, como este recém-inaugurado, são fundamentais porque permitem o treinamento do médico em ambiente seguro e padronizado”, afirma Sessin. Ele explica que a simulação encurta a curva de aprendizado e possibilita avaliar o desempenho do profissional antes do contato com o paciente real. “Isso garante uma integração com a pesquisa e uma atualização contínua, elevando a segurança do procedimento.”

Mesmo com o avanço de tecnologias como a cirurgia robótica, os especialistas reforçam que nada substitui o diagnóstico precoce. Dados do Inca mostram que o risco de câncer de próstata aumenta de forma importante a partir dos 50 anos — cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem em homens acima de 65 anos. Histórico familiar e excesso de gordura corporal também elevam as chances de desenvolvimento da doença.

Para Sessin, a literatura médica recente reforça que a robótica não é apenas “estética” ou “conforto”: ela traz precisão oncológica. “Temos resultados similares e até melhores que a cirurgia aberta, com vantagens na limpeza das margens cirúrgicas e na retirada de linfonodos”, conclui.

5 Vantagens da cirurgia robótica para o paciente

Recuperação acelerada: Menor tempo de internação e retorno mais rápido à rotina de trabalho e exercícios.

Menos sangramento: A precisão da cauterização e dos cortes reduz drasticamente a perda de sangue durante o ato cirúrgico.

Preservação da função sexual: a visualização 3D e as pinças delicadas ajudam a poupar os nervos responsáveis pela função erétil.

Controle urinário: Menor risco de incontinência urinária no pós-operatório em comparação às técnicas abertas.

Dores aliviadas: cortes menores (minimamente invasivos) amenizam a dor e reduzem a necessidade de analgésicos fortes após a cirurgia.
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