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Bailarino de Belford Roxo ganha bolsa na Escola de Teatro Balé Bolshoi

terça-feira, maio 07, 2024

/ by Jornal Destaque Baixada

Uma verdadeira história de cinema, vive o menino Humberto Gabriel, 10 anos, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Cria do bairro Bom Pastor, despertou para a dança após assistir ao filme animação, A Bailarina e superar preconceitos e obstáculos assim como o jovem nigeriano Anthony Madu, que tem sua história contada em um documentário do streaming da Disney. 

Humberto não dançou na chuva e nem viralizou nas redes sociais como o bailarino nigeriano. Foi escondido em seu quarto assistindo a tutoriais na internet, que deu seus primeiros passos no balé, até ser matriculado nas aulas na organização não governamental, Recriando Raízes, criada em Costa Barros, mas com filial no município onde Humberto vivia. O menino já frequentava a ONG fazendo aulas de reforço escolar no contra turno, e quando soube das aulas na unidade da Baixada, pediu para ser matriculado.

Chamou atenção do professor e de todos pela sua capacidade e talento, sendo convidado a participar de uma seletiva para integrar a Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, única filial no mundo do tradicional balé de Moscou que completa 200 anos em 2025. Assim como Madu, ouviu que aquilo não era coisa de menino e viu o preconceito bater a sua porta. Com o apoio dos pais, soube ser mais importante o amor pela dança do que a opinião das pessoas. Desta forma seguiu em frente passando pelas etapas de audição e não desistindo de seus objetivos.

Dos primeiros passos à aceitação no Balé Bolshoi, em Joinville, Santa Catarina, foi tudo muito rápido e mágico, como definiu a mãe, porém muito difícil também. Todo o processo contou com apoio da ONG fazendo campanha de arrecadação de recursos para provir as viagens à sede do balé no Brasil, assim como vender tudo no Rio de Janeiro para apostar no sonho de Humberto, Renata Machado, sua mãe, diz: “é como se eu tivesse um bebê, começando tudo do zero. Aprendendo a viver em outro lugar”. Todas essas mudanças aconteceram em menos de um ano e fez mãe e filho acreditarem que o lugar de onde você sai não importa para onde você quer chegar, as portas vão se abrindo gradativamente para as realizações. A Escola de Teatro Bolshoi no Brasil dá suporte de alimentação, uniformes e equipamentos para os treinos. Já o restante da subsistência na cidade catarinense está saindo do esforço da família de Humberto e de ajuda de terceiros. Aos poucos o menino e sua mãe vão se adaptando a nova rotina, pois o sonho para um dia se tornar um bailarino clássico internacional e conhecer os lugares mais distantes do mundo, passa por muita disciplina e dedicação.

Os treinos começam bem cedo e emendam com os estudos na parte da tarde. Entretanto não falta força de vontade para melhorar a cada dia e assim seguir como um exemplo para todos do Recriando Raízes e de Belford Roxo, de onde saiu e pode inspirar outras crianças e jovens a seguirem seus passos rumo ao estrelato. “A dança é uma espécie de forma de contar a tua história, sobre como te sentes”. Anthony Madu. A Recriando Raízes A Recriando Raízes é uma organização não governamental, que atual no Complexo da Pedreira, em Costa Barros e Baixada Fluminense e por ela já passou mais de 10 mil crianças e jovens em vulnerabilidade social. Foi fundada por Ilma Rocha, a Tia Ilma, após um jovem pedir ajuda a mesma para deixar a vida do crime e ela não conseguir ajudá-lo antes que fosse vítima da violência. Da dor e perda nasceu a esperança de salvar crianças e jovens, e, mostrar para esses os caminhos prósperos por meio da educação, arte e cultura. A Recriando é uma entidade sem fins lucrativos, mantida por meio de doações e de editais de cultura e educação, assim como emendas parlamentares.

Quem é Tia Ilma? Ilma Rocha, missionária e CEO da Recriando Raízes, é uma mulher negra, mãe, esposa, que transformou o preconceito e a violência da realidade onde vivia em combustível para ajudar as pessoas ao seu redor e contribuir para os desenvolvimentos profissional e pessoal de jovens periféricos. Trabalhou com serviços gerais, onde sentiu na pele o preconceito e como cabeleireira e trancista, onde ajudou a formar outras mulheres em busca da independência e do respeito na sociedade.
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