Demorou, mas o inverno chegou! Entre maio e agosto, hospitais e pronto-atendimentos ficam superlotados com crianças acometidas por doenças respiratórias que poderiam ser evitadas com medidas preventivas simples, mas eficazes. Para orientar pais e responsáveis, João Krauzer, chefe de serviço da pediatria do Hospital Moinhos de Vento, compartilha as principais estratégias de prevenção e cuidados essenciais para manter as crianças saudáveis durante os meses mais frios do ano.
A vacina da gripe continua sendo nossa principal arma de prevenção. “Este ano, particularmente, o influenza veio com muita força, causando não apenas sintomas respiratórios, mas também encefalites, inflamações musculares e pneumonias bacterianas secundárias", alerta o pediatra, que também recomenda que a imunização deve ser realizada preferencialmente entre os meses de março e abril, antes do pico das doenças de inverno.
O grande vilão da temporada é o vírus respiratório sincicial (VRS), responsável por 65% a 70% das internações de bebês com menos de seis meses de vida. Para famílias com crianças maiores na escola e bebês em casa, o médico recomenda uma rotina específica: ao retornar da escola, a criança deve tomar banho e trocar de roupa antes de ter contato com o irmão menor, já que o vírus pode permanecer nas roupas e superfícies. A boa notícia é que, desde 2024, está disponível uma vacina para gestantes e um anticorpo monoclonal para recém-nascidos, oferecendo proteção adicional contra o vírus.
Além das medidas de imunização, alguns cuidados básicos podem fazer toda a diferença na prevenção de doenças respiratórias:
Manter ambientes arejados
Ensinar o hábito de lavar as mãos com frequência
Evitar aglomerações em locais fechados
No menor sinal, não enviar as crianças doentes para a escola ou áreas de recreação
Para crianças com histórico de asma, o acompanhamento preventivo com medicações inalatórias prescritas pelo pediatra pode evitar crises graves. O pediatra reforça ainda a importância de manter o calendário vacinal atualizado, incluindo vacinas contra pneumococo e meningococo, que previnem não apenas doenças respiratórias, mas também meningites – condições que têm maior incidência durante o inverno e podem ter consequências graves se não tratadas adequadamente.