Uma doença respiratória rara, mas grave, tem despertado a atenção de especialistas no Brasil: a bronquiolite obliterante, popularmente conhecida como "pulmão de pipoca". O nome inusitado se popularizou nos Estados Unidos no início dos anos 2000, após trabalhadores de fábricas de pipoca de micro-ondas desenvolverem a condição. Agora, o alerta é para jovens brasileiros que, por meio do uso de cigarros eletrônicos, podem estar correndo o mesmo risco.
A doença, que causa um dano irreversível aos pulmões, ganhou notoriedade nos últimos anos com a popularização dos vapes. Um estudo recente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) revelou que o uso de cigarros eletrônicos está diretamente relacionado ao aumento de doenças pulmonares em jovens, sendo o "pulmão de pipoca" uma das mais preocupantes.
O que é o "pulmão de pipoca"?
A bronquiolite obliterante é uma doença inflamatória que afeta os bronquíolos, as menores vias aéreas dos pulmões. A inflamação crônica leva à cicatrização e ao estreitamento desses tubos, dificultando a passagem do ar. O resultado é a perda progressiva da capacidade respiratória, causando falta de ar, tosse persistente e chiado no peito.
A substância química responsável por esse quadro é o diacetil, um aditivo usado para dar sabor e aroma de manteiga, especialmente em essências de cigarros eletrônicos. No Brasil, embora a venda de vapes seja proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o comércio ilegal de essências e dispositivos segue em alta, expondo os jovens a riscos alarmantes.
Sinais de alerta e prevenção
Os sintomas do "pulmão de pipoca" podem ser facilmente confundidos com outras doenças respiratórias, como asma ou bronquite. Por isso, é fundamental que jovens usuários de cigarros eletrônicos que apresentem qualquer sintoma respiratório busquem atendimento médico o mais rápido possível e informem sobre o uso do produto. O diagnóstico precoce pode ajudar a retardar a progressão da doença.
A melhor forma de prevenir a bronquiolite obliterante é evitar o uso de cigarros eletrônicos. A SBPT, em campanha, reforça que "não existe uso seguro de dispositivos eletrônicos para fumar. O perigo é real e as consequências são devastadoras".