Miguel de Jesus Silva, de apenas 13 anos, morreu após ser picado por uma cobra, quando estava no quintal de casa, em Itaguaí, cidade da Baixada Fluminense.
Segundo o relato da família, a criança foi levada nesta quarta-feira (5) ao Hospital Municipal São Francisco Xavier, onde teria ocorrido uma demora no atendimento inicial. Parentes afirmam que os médicos, a princípio, não teriam acreditado na versão da picada. Miguel sofreu mais de uma parada cardíaca e não resistiu. A certidão de óbito aponta as causas como insuficiência cardiorrespiratória, edema pulmonar e hemorragia digestiva.
Controvérsia sobre o Soro
A principal denúncia da família é a suposta falta do soro antiofídico na unidade.
Em resposta, o Hospital Municipal São Francisco Xavier informou que Miguel chegou à unidade inconsciente, com taquicardia e sem resposta a estímulos. A direção afirmou que o atendimento foi realizado conforme o protocolo para acidentes com animais peçonhentos e que o menino chegou a receber o soro, que foi obtido por transferência do Hospital Pedro II, em Santa Cruz.
A controvérsia sobre a disponibilidade do medicamento é relevante, especialmente após a sanção de uma lei estadual, em maio deste ano (2025), que determina a obrigatoriedade de todas as unidades de saúde e parques florestais do estado do Rio de Janeiro disponibilizarem soro antiofídico e outros imunobiológicos para acidentes com animais peçonhentos.
O caso de Miguel levanta o debate sobre a plena implementação dessa nova lei e a preparação da rede municipal de saúde para lidar com este tipo de emergência, vital em regiões próximas a áreas de mata como Itaguaí.
